Toni Schneiders, Train in landscape, 1950s |
Não há
memória de ali ter havido uma linha de caminho de ferro. Os poucos habitantes
daqueles lugares ermos não sabem o que são carris ou comboios. O mais
extraordinário era o maquinista. Na verdade, uma mulher sem idade, cujo rosto
não era possível reter. Olhava-se para ele e logo o esquecíamos. Quando o comboio,
uma composição movida a vapor, parou num lugar onde não havia qualquer estação,
entrou um casal, ambos com uma idade muito avançada. Também eles se vão embora,
ouviu-se. Ao som de um apito, a máquina pôs-se em movimento, arrastando carruagens
velhas e sombrias. Enquanto se afastava tudo o que ficava para trás se apagava.
Ao fim de alguns instantes, não havia vestígio de ter havido carris por onde um
comboio pudesse passar.
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