Émile-René Ménard, La Nube, 1896 |
Pelas
nuvens chega-se a uma das mais arcaicas experiências de ocultação e de
desocultação. Escondem o Sol e roubam aos homens a luz que os ilumina e permite
a prevenção dos perigos. Ao serem levadas pelo vento, o retorno da luz torna-se
uma epifania. Se escurecem e se combatem, os olhos ficam presos ao grande
espectáculo, mas os corações temem a tempestade, a transformação em caos de uma
ordem construída com dor e esforço. Se delas cai uma chuva plácida, a esperança
desenha-se nos rostos, e das bocas solta-se uma acção de graças, como se ainda
houvesse lugar para um amanhã.
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