Lee Miller, The veiled Eiffel Tower, Winter 1944-45 |
Neblina, névoa, nevoeiro, nebuloso, nuvem. A sequência de
aliterações permite descer ao fundo da gruta. Ali a consciência guarda os arquétipos
com que abre o espaço para que o significado assombroso das coisas se manifeste.
Muito mais funda do que a consciência clara está a zona da penumbra. Se visitada
em sonhos ou numa vigília absorta, descobre-se o caminho para o mistério.
Então, os passos afundam-se na neve fria e o viajante vai afastando as mil
cortinas que estão no fundo de si. A neblina, a névoa, o nevoeiro, o nebuloso,
a nuvem e descobre-se na clareira aberta do enigma.
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