quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Micronarrativa (43) O sonhador

José de Almada Negreiros, A sesta, 1939

Alguém, não se sabe onde, sonha-os exaustos pelos ritos nupciais, cansados da corveia devida ao deus do amor. Sonha-os dormindo, o sonhador e os sonhados, e estes não são mais que vestígios perdidos no campo tumultuoso daquele que, submetido ao império do sono, lavra o campo vazio da solidão.

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