segunda-feira, 17 de março de 2025

Arqueologias do espírito 31

Cruzeiro Seixas, O Quarto do Gatuno, 1972 (Gulbenkian)
O espírito nasce de um lento movimento de deserção. Movido pela coragem, abandona uma a uma as coisas onde repousou e tomou como disfarce, a máscara de um baile numa noite de Carnaval. Consciente do turbilhão, exausto pelo rodopiar das coisas no tempo, aparta-se e procura refúgio na solidão. Descobre-se, então, como aquele que é, a única realidade vivaz, o centro silencioso de onde tudo emana, mesmo as máscaras que usa na peregrinação pelos universos que dele nasceram.

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