sábado, 16 de março de 2024

Sonetos de Inverno (12)

Gilles Aillaud, Deserto, 1986

Muda o mundo, na vereda do tempo.

Estações vêm, estações vão, sem fim.

O Inverno decaiu, sombra morta

no jardim onde as rosas declinam.

 

No rumor azul do vento, escuta-se

uma voz fremente, a pura essência

do que passa sem deixar um sinal

ou um rasto na areia do deserto.

 

Trazer mundos dos jardins esquecidos,

Trazer sombras dos Invernos passados,

Trazer rosas da vereda da morte.

 

Sou o vento que apaga os rastos,

a voz pura que fremente se cala

o sinal que no deserto se esconde.

 

Março de 2024

 

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