quinta-feira, 14 de março de 2024

Câmara discreta (20)

Ed van der Elsken, Self-portrait with Ata Kandó, 1953

Surpreender-se a si mesmo, deixar-se apanhar pela câmara que está nas próprias mãos, olhar-se no momento em que se observava. Depois, deixar vir uma longa e lenta interrogação. Quem é aquele que vejo? Assim começa uma exercício de demorada violência, um caminho em que a faca afiada da dúvida corta o pano frágil da certeza. Uma coisa é a identidade recebida na passividade da existência, uma outra é a identidade conquistada através do duro combate iniciado pela inocente pergunta quem sou eu?

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