Alfons Mucha, El Abismo, 1897-1899 |
Antes
de a queda se ter constituído como um topos, topos negativo e
ameaçador, da vida do espírito, ter-se-á insinuado um outro e poderoso
arquétipo, o do abismo. A experiência dos precipícios, dos buracos de onde não
se regressa, dos despenhadeiros e das profundidades insondáveis, tudo isso se
concentrou na figura do abismo. Do abismo físico transbordou para o abismo da
alma e do espírito e tornou-se, como todos os símbolos, ambivalente. Repele o
homem com o medo da queda e atrai ao esconder o insondável. Toda a queda no
abismo é marcada pelo temor e pelo desejo de ali cair.
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