Theodore Gericault - O beijo (1922)
9. Esse toque de sombra, essa queda
Esse toque
de sombra, essa queda
infinita no
abismo silencioso.
O escárnio
de falar, suprema dor
de estar
vivo na treva que nos cobre.
Rasgo-te na memória
uma ruga,
entro na
terra aberta como um pássaro
e canto em cada
hora a tua figura
no rumor
incendiado pelo vento.
Sempre que o
deus nos olha, tudo cai.
As certezas
que tínhamos são cinza,
montanhas calcinadas
no horizonte,
restos de fogo
e areia sobre o mar.
Entrego-me
ao destino nessas mãos
e espero em
silêncio a fria noite.
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