Pablo Picasso - Familia a orillas del mar (1922)
Neste quadro de Picasso, Família à beira mar, de 1922, podemos compreender a capacidade de metamorfose do espírito e a relação deste com aquilo que Carl Gustav Jung denominou de arquétipos. Olhamos o quadro e percebemos de imediato que, apesar da forma como os figurantes se apresentam nesta cena à beira mar, estamos perante uma refiguração da Sagrada Família. A própria ideia de Sagrada Família, tal como é dada no presépio de Belém, é já um momento refigurativo de uma experiência triangular entre o homem, a mulher e a criança bem mais arcaica. O espírito na sua infinita inquietude exprime-se então nesta tensão entre aquilo que é sempre novo e o que é permanente.
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