Max Ernst - La bicicleta gramínea (1920-21)
A aventura espiritual da arte moderna, tantas vezes mal entendida, tem a sua raiz na liberdade do espírito. É esta liberdade, servida pela faculdade da imaginação produtora, que permite um exercício de hibridação como aquele que o quadro de Max Ernst mostra: hibridar o reino dos artefactos mecânicos com o reino vegetal. Esta produção híbridos têm uma longa tradição que remonta às antigas mitologias. Ela revela-nos que, para além da estrita necessidade - que na arte tomou a forma da imitação, uma servidão ao dado -, existe um reino que, não sendo do domínio do caos nem da arbitrariedade, revela uma ordem mais livre e mais inesperada. Uma ordem onde o espírito, como o vento, sopra onde e como quer.
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