segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Sonetos de Verão (12)

Carlos Calvet, sem título, 1967 (Gulbenkian)

Regressou de rompante o Verão.

Crescem fogos, florestas a arder

contaminam os corpos, e as almas

frágeis urdem severos desesperos.

 

Tudo arde na viva luz da tarde,

as imagens passadas resplandecem

no futuro a vir, no presente ávido

de encontrar o caminho destinado.

 

Um suspiro final, pura vingança

feita fogo e fumo, as frias cinzas

do Outono a chegar enlouquecido.

 

Sem destino, os corpos em vão buscam,

no incêndio da noite, as almas puras

que lhes cabem na senda da floresta.

 

Maio de 2024


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