segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

A memória do ar (23)

Chas. A. Hellmuth, Broadway, N. Y., 1920-25 (Photoseed)
 
Pessoas caminham como estátuas enlouquecidas pela desmedida da cidade. Vão presas ao talento aéreo da sua loucura. São pássaros inflamados pelo desejo de voar, mas faltam-lhes as asas. Quando o ar irrompe no seu caminho, trazido pela força rolante do vento, elas olham os céus e apenas vêem sombras. Os seus corpos são de pedra e nem a vontade mais pura as consegue erguer  ao éter dos céus.

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