Wassily Kandinsky - Composición número 5 (1911)
A vida não é o percurso linear que conduz o homem do nascimento à morte. Ela não mais do que ensaio, tentativa e erro, um processo feito de incoerências, de acasos, de vitórias e de derrotas, de coisas que, inopinadamente, vêm ter connosco e que, sem se saber porquê, se aceitam ou se recusam. Quando começamos a olhar para trás, para o vivido, e vemos uma linha exuberante e coerente, então já estamos comprometidos com a mentira a nós próprios, e a nossa razão já começou a apagar as memórias, para transformar aquilo que foi um caos num mundo organizado, numa mentira cosmética que nos tranquiliza e nos faz estranhos a nós próprios e à voz que nos chama.
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