JCM - Heimat I. TN (2007)
As analogias trazem sempre um perigo. Por exemplo, podemos dizer: a vida do espírito é como um jardim. O perigo reside em perceber a vida espiritual como algo organizado e cosmético, como são os jardins aos olhos daqueles que fruem deles. A verdade da analogia, porém, reside noutro lado. Todo o jardim é uma viagem dura e trabalhosa em que a tendência para o caos e a força do espontâneo são substituídos por um mundo organizado e ordenado a um fim. E sempre que a força natural e a espontaneidade caótica se manifestam, o que preserva e faz perseverar o jardim na sua condição é a ascese do jardineiro, cortando aqui, podando acolá, limpando mais à frente, regando o que clama água. A vida espiritual a que o viandante - quem quer que ele seja - é chamado não é outra senão a da ascese do jardineiro.
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