Carlos Morago - Arboleda (1998)
Os bosques são lugares românticos, tem razão. O sussurro do vento no arvoredo, o rumor da água, o jogo infinito de luzes e sombras. Há muito, porém, que não entro em nenhum. Tenho um ar assombrado? Talvez. O que vou contar guarde-o para si. Numa tarde de Junho entrei num bosque. A certa altura, deu-me sono. Sentei-me e encostei-me a um velho carvalho. Quando acordei vi diante de mim alguém. Era muito velho. À minha volta, as árvores tinham desaparecido, o rio secara, apenas uma erva seca e rala... e aquele velho. Olhava-me. Reconheci-o. Não voltarei a entrar num bosque. Não quero tornar a encontrar-me.
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