quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Schubert - Jessye Norman: Ave Maria



Ave Maria! Jungfrau mild,
Erhöre einer Jungfrau Flehen,
Aus diesem Felsen starr und wild
Soll mein Gebet zu dir hinwehen.
Wir schlafen sicher bis zum Morgen,
Ob Menschen noch so grausam sind.
O Jungfrau, sieh der Jungfrau Sorgen,
O Mutter, hör ein bittend Kind!
Ave Maria!

Ave Maria! Unbefleckt!
Wenn wir auf diesen Fels hinsinken
Zum Schlaf, und uns dein Schutz bedeckt
Wird weich der harte Fels uns dünken.
Du lächelst, Rosendüfte wehen
In dieser dumpfen Felsenkluft,
O Mutter, höre Kindes Flehen,
O Jungfrau, eine Jungfrau ruft!
Ave Maria!

Ave Maria! Reine Magd!
Der Erde und der Luft Dämonen,
Von deines Auges Huld verjagt,
Sie können hier nicht bei uns wohnen,
Wir woll'n uns still dem Schicksal beugen,
Da uns dein heil'ger Trost anweht;
Der Jungfrau wolle hold dich neigen,
Dem Kind, das für den Vater fleht.

Ave Maria!

Haikai do Viandante (2)

Schubert - Pavarotti: Ave Maria

A luz cobre a terra.
Flor de seda branca e turva
poisa nas giestas.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Poemas do Viandante

213. OS DIAS DE SETEMBRO

chegaram os dias
de setembro
e os teus olhos
cerram-se
na tarde
esperam ainda
a consolação
essa vida prometida
para sempre
adiada

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Haikai do Viandante (1)

Shakuhachi/Shamisen Duo

Um pássaro voa,
pedra de espuma e mar.
Floresta sombria.

Adão e Eva


Uma simbólica essencial inscreve-se no mito de Adão e Eva. Não dirá tanto respeito à queda, mas à tarefa de ressurreição e de emancipação que se coloca aos seres humanos na sequência da queda. Homem e mulher tornam-se um para o outro caminho, mediação, possibilidade. A consumação da feminilidade de toda a Eva passa pela mediação de Adão e vice-versa, a consumação da virilidade de qualquer Adão passa pela mediação de uma Eva. Talvez o sentido mais profundo da indissolubilidade do matrimónio não resida na proibição da separação dos casais reais, mas na indissolubilidade entre o masculino e o feminino na experiência espiritual.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Poemas do Viandante

212. Floresta (XII)

não há meses
estações
fronteiras
dentro da floresta
apenas traços de água
névoa
as folhas mortas
trazidas pela vida
e o deus
que te espera
no lugar aberto
do coração

domingo, 4 de setembro de 2011

Poemas do Viandante

211. Floresta (XI)

despida disseste
deixa arder
a tua língua
no meu sexo
para que entre em ti
a terra fértil
e obscura
a seiva lenta
a flutuar no fundo
do corpo –
essa lâmpada
acesa
no frio da noite

sábado, 3 de setembro de 2011

Poemas do Viandante

210. Floresta (X)

raízes e ramos
e fetos e folhas
e silvas
as primeiras bagas
correm
como um rio
frágil e puro
da tua
para a água
da minha boca

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Poemas do Viandante

209. Floresta (IX)

o silêncio feito
de ruídos
cresce
ecoa nas folhas
zumbe
na insondável
quietude
de uma flor
ao abrir-se
sobre a terra

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Poemas do Viandante

208. Floresta (VIII)

aves salmodiam
entre ramos
e uma brisa incendeia
nos caminhos
o musgo onde
exaustos
nos sentamos